Acredito que uma boa palavra para definir a fase da adolescência seja ambivalência, que significa a simultaneidade de sentimentos, posições e opiniões igualmente valentes e em direções opostas.
Sair do conforto da infância e adentrar em um outro momento em que maior responsabilidade lhe é cobrada e uma autonomia maior, porém ainda com limitações, lhe é concedida é uma experiência repleta de lutos, angústia e insegurança, mas ao mesmo tempo desafios, alegrias e superações.
Existe o luto pelo corpo e lugar de criança, mas existe também o desafio da descoberta da identidade, da ressignificação da sexualidade.
Quando criança as decisões cabem exclusivamente aos pais, a criança vai ganhando mais voz e poder de escolha com o passar dos anos, em função disso, a identidade da criança é muito vinculada a identidade e preferência dos pais.
Com a chegada da puberdade e seus hormônios os conflitos também chegam.
O adolescente busca no grupo uma nova identidade rompida com aquela anterior. O grupo tem considerável importância neste período e define em grande parte as escolhas e preferências do adolescente.
Aos pais cabe a difícil tarefa de dosar a autonomia permitida em paralelo com a consequente responsabilidade cobrada. A confiança é fator determinante para o alívio da preocupação desses pais. Confiança na educação e valores que ministrou, na qualidade de relação e diálogo que conseguiu conquistar com o filho e confiança no próprio filho em si. A paciência mais uma vez também tem espaço neste contexto, afinal, todos já foram adolescentes um dia.
Nunca deixem de dar abertura para o diálogo o pai precisa confiar no filho e vice-versa para uma relação saudável. E por mais complicado, intenso e angustiante que seja, é só mais uma fase e vai passar